Houve um período na vida do amigo PP em que ele tirava uma onda danada. O cara era metido no high society e sempre estava aparecendo nas colunas sociais. É bom que se diga que essas aparições lhe custavam um nota preta.
Nesse clima de euforia, tão comum àqueles que ainda desconhecem as turbulências a que estamos sujeitos, o nosso MC vivia participando de noitadas (ainda não se usava o termo BALADA), de festas e mais festas. Ele sempre estava engrupido e cercado de belas companhias. Ele era, digamos assim, o CARA.
Pois bem, nessas suas idas e vindas, ele gostava de jantar fora com amigas ou amigos mais próximos. Costumeiramente nosso amigo pedia um vinho, que nem sempre era o que ele pensava que fosse.
Sabemos que essa bebida tem seus predicados desde a escolha até o acompanhamento; temperatura, recipientes, modo de armazenar, como servir, etc e tal... Enfim, o vinho exige um cabedal de conhecimentos próprios dos enólogos.
Dentro das tradições do vinho, tem aquela da apresentação da cortiça (rolha) que um bom garçom deve fazer para seu cliente antes de servir o primeiro trago da bebida numa taça apropriada para a ocasião.
Essa é uma das etiquetas que raramente é conhecida pelo tomador de vinho. Eu disse tomador, não conhecedor desse precioso líquido. O garçom (volto a repetir, um bom garçom) traz a garrafinha do vinho e apresenta também a rolha que antes vedava o conteúdo.
Isso é para mostrar como estava armazenado o vinho. Se a cortiça se apresenta úmida, é sinal que o vinho estava armazenado na posição correta e, assim sendo, mantinha todas as substâncias iniciais e características de sua safra.
Cortiça seca, desidratada, indica que o vinho não foi armazenado corretamente e consequentemente vai se apresentar fora de suas reais condições e deve ser rejeitado pelo seu provador.
Bom! Agora, a parte cômica do nosso amigo PP. Ele por não saber o que fazer com aquele presente que estava ganhando, simplesmente cheirava a cortiça e, sem nada dizer, balançava a cabeça afirmativamente.
O pior é que ele fazia esse gesto crente que estava abafando. Isso devia ser motivo de boas gargalhadas do garçom que servia a sua mesa. Afora os comentários que sempre acompanham essas ocasiões.
Pobre do amarelo! Foi motivo de galhofa por muito tempo. Não sei como não ficou conhecido por CHEIRADOR DE CORTIÇA.
Santa ignorância! Rsrsrsrsrsrsrs